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  • Foto do escritorProf.ª: Patrícia Walessa

2º ANO - PET VOL.2 GEOGRAFIA - 4 SEMANAS

Atualizado: 5 de jul. de 2020

EIXO TEMÁTICO:

As Transformações do Mundo Rural (campo).

HABILIDADE(S): Reconhecer os fenômenos espaciais que evidenciam as transformações no mundo rural (campo).

CONTEÚDOS RELACIONADOS: História da agricultura; sistemas agropecuários intensivos e extensivos; agricultura familiar, comercial e tradicional.

INTERDISCIPLINARIDADE:

O trabalho com a habilidade favorecerá o desenvolvimento da Competência Específica da área de Ciências Humanas na BNCC, de número 2, que pressupõe que o estudante seja capaz de comparar e avaliar a ocupação do espaço, a delimitação de fronteiras e o papel dos agentes (atores sociais) responsáveis pelas transformações.

SEMANA 1


FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS...


A AGRICULTURA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE


Ao longo da história humana, existiram diferentes modos de produção agrícola, de acordo com instrumentos, técnicas de trabalho, aspectos culturais e com a localização de cada sociedade. No período Neolítico (há mais de 6 milhões de anos), mudanças climáticas deram origem as geleiras, florestas tropicais e maior número de rios perenes, que permitiram aos seres humanos conhecer e tirar máximo proveito da natureza.

O desenvolvimento da agricultura favoreceu o sedentarismo, ou seja, diversos povos deixaram de ser nômades para se fixar em lugares onde, além de cultivar alimentos, criavam diferentes espécies de animais.

A agricultura neolítica era praticada de duas formas principais: inicialmente, os sistemas pastoris e de cultivo ocorriam em florestas temperadas e tropicais, que eram derrubadas e queimadas para que, em suas áreas, se fizesse o plantio. Depois, entre cerca de 2.500 a.C. e 450, os seres humanos passaram a usar o sistema de pousio da terra – quando uma área é deixada em repouso, sem uso durante um período do ano, para recuperar seus nutrientes. Nesse intervalo, a criação de rebanhos, sobretudo bovinos, destinava-se à alimentação dos seres humanos, assim como à movimentação de carros de tração animal para arar o solo. As fezes desses animais serviam como fertilizante orgânico para o solo.




Na Europa, a crise do sistema feudal e o advento do capitalismo comercial fizeram a população camponesa se transferir para as cidades, e seus habitantes cada vez mais se ocuparam com o comércio e a manufatura.

A população deixou de produzir alimentos e passou a comprá-los daqueles que permaneceram no campo. Pode-se dizer que essa foi a primeira “divisão do trabalho” entre campo e cidade. Para atender à demanda, a agricultura moderna surgiu como um dos resultados da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, melhorando instrumentos e ferramentas, principalmente pelo uso do aço nos arados de tração animal e nas máquinas de moer cereais, além do estrume de animais para a adubação das lavouras. De modo geral, o trabalho agrícola tornou-se mais intensivo, a fim de obter colheitas melhores com a mesma área de terra cultivada ou mesmo com a expansão delas, razão pela qual esse período foi denominado de Primeira Revolução Agrícola.

No final do século XVIII, com o estabelecimento da propriedade rural privada e o aumento da jornada de trabalho dos agricultores que permaneceram no campo, um enorme contingente populacional sem acesso à terra migrou para as cidades em busca de trabalho nas indústrias em um processo denominado êxodo rural.


AGROPECUÁRIA EXTENSIVA E INTENSIVA

A agricultura e a produção pecuária podem se enquadrar em dois modelos distintos, denominados de intensivos e extensivos. Tais modelos podem variar conforme o nível de tecnologia empregado. A agropecuária é uma das principais atividades econômicas da atualidade e, ao lado do extrativismo mineral e vegetal, compõe quase que a totalidade das práticas sociais do meio rural. Os seus métodos e sistemas,

no entanto, apresentam-se de formas diferentes conforme o nível de desenvolvimento tecnológico dos lugares e das condições das pessoas que realizam essa importante atividade. Por esse motivo, em termos de classificação, dizemos que existe uma diferença entre a agropecuária extensiva e a intensiva. A agropecuária extensiva é aquela praticada a partir de técnicas mais tradicionais e com baixo teor tecnológico. Na agricultura, ela se caracteriza pela produção com baixos investimentos e com o emprego de uma grande quantidade de trabalhadores. Na pecuária, ela ocorre com a criação de gados soltos e ocupa uma grande quantidade de terras, havendo uma menor produtividade. Já a agropecuária intensiva ocorre de maneira oposta, ou seja, empregam-se avançados recursos tecnológicos, o que ocasiona uma menor

necessidade de trabalhadores na produção, tanto na agricultura quanto na pecuária. A necessidade de ocupação de terras é menor, embora ela seja mais frequente em grandes propriedades, e a produtividade é bastante elevada.



A AGRICULTURA E A PECUÁRIA NA HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL

A extração vegetal e a agricultura monocultora de exportação foram atividades econômicas decisivas para o processo de ocupação do território brasileiro até o século XX.

O ciclo da cana-de-açúcar (XVI-XIX) foi uma das fases de maior desenvolvimento econômico. Por muito tempo, foi a base da economia colonial, com a maior parte do comércio sendo feito com o mercado europeu. Além do açúcar, nesse período destacou-se, também, a produção de tabaco e algodão. Este

ciclo representou o alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII. Do século XVII ao século XVIII, a concorrência holandesa, ao produzir açúcar nas Antilhas, redundou na perda do monopólio do açúcar pelo Brasil junto ao mercado europeu no século XVIII. Com o fim do ciclo açucareiro, seguiu-se um novo período que, na História, ficou conhecido como o Ciclo do Ouro, visto que

este metal passou a ser grande responsável pela dinâmica econômica brasileira a partir do século XVIII.

A partir do início do século XIX, tem início o ciclo do café (1800-1930).

Este gênero agrícola foi o grande motor da economia brasileira por, pelo menos, 130 anos. Todavia, em 1929, com a crise econômica internacional decorrente da quebra da bolsa de valores de Nova York, houve uma acentuada redução da demanda internacional pelo café brasileiro, com uma enorme pressão negativa sobre o preço, chegando a inviabilizar a tomada de empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café. Nesse momento, a saída do governo foi desempenhar um papel ativo na economia nacional.

Outro ciclo importante para a agricultura brasileira foi o da borracha (1866-1913). A borracha natural não precisou de mais que um século para se tornar a sensação na Europa e nos Estados Unidos. Grande demanda e pequena oferta levou a um rápido aumento na cotação internacional do produto.

Nos anos 1960, cerca de 50% da população brasileira vivia no meio rural. Eram mais ou menos 70 milhões de pessoas que exerciam uma grande pressão pela disponibilidade de alimentos, os quais, em alguns casos, por não serem produzidos no Brasil, eram importados. A pressão da sociedade por alimentos produzidos no país levou à elaboração de uma proposta que associava aumento na produção de alimen

tos básicos com a redistribuição de terras como forma de promoção de justiça social, via reforma agrá-

ria.

Após algumas tentativas, tal reforma tem início com a promulgação da Lei no 4.504, de 30/11/1964

– esta lei regulamentaria os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola. Dois anos depois, seria promulgada a Lei 4.947, de 06/04/1966, a qual fixa normas de direito agrário e dispõe sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, e dá outras Providências. Nessa década, de forma complementar às reformas para o campo, surgiu, também, a Política de Crédito Rural através

da Lei no 4.829, de 05/11/1965. Na segunda metade do século XX, ocorrem dois eventos que, por transformarem a dinâmica do meio rural, acabaram por chamar a atenção dos estudiosos: a modernização da agricultura e a Revolução Verde. Tais eventos estavam alinhados à necessidade de políticas que potencializassem a obtenção de ganhos de produtividade da terra, do capital, da mão de obra e aumento da eficiência econômica através da especialização das unidades produtivas. Na prática, estabeleceram

um novo marco referencial. De um lado, estão as empresas rurais, adeptas do agronegócio; e, do outro, a agricultura diversificada, a qual, nos anos 1990, passaria a ser conhecida por agricultura familiar. O resultado dessa nova concepção significaria, no período 1970-2015, o crescimento da oferta de produtos agropecuários e o abastecimento da população com queda de preços dos alimentos.



PARA SABER MAIS – Assista ao vídeo Agricultura Brasileira disponibilizado pelo Terra Negra com duração de 9 minutos https://www.youtube.com/watch?v=nJ145O0dn5g. Nele você vai acompanhar uma breve revisão sobre a agricultura brasileira. Acesso: 22 jun de 2020.

Sugestões de vídeos para compreender...

A Revolução Verde: https://www.youtube.com/watch?v=G_m7j_HEakg

A Reforma Agrária no Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=omeGkWLmkHk


Se possível faça esse quadro abaixo no seu caderno para fixar melhor o conteúdo.

Fonte: Brasil escola


ATIVIDADES SEMANA 1


ATIVIDADE 1 — Qual a importância da agropecuária para a humanidade? E quais as suas consequências espaciais, ou seja, sua interferência na ocupação e organização do espaço?

R:



ATIVIDADE 2 — Leia a manchete.


Agropecuária e agricultura intensivas aumentam riscos para a saúde humana

O abuso de antibióticos na agropecuária e o grande número de animais e pouca diversidade

genética, devido a técnicas intensivas, aumenta o risco de os patogênicos se tornarem um

grande problema de saúde pública, dizem investigadores.


Disponível em: https://www.noticiasaominuto.com/mundo. Acesso em: 16 maio 2020.


a) Você concorda com a notícia? Cite um argumento que possa validar a sua opinião.

R:


b) Quais os motivos têm levado à intensificação do modelo de produção agropecuária intensiva no Brasil e no mundo?

R:



ATIVIDADE 3 — Descreva a atividade pecuária no Brasil ao longo da sua história de formação territorial.

R:


ATIVIDADE 4 — Quais as principais atividades agrícolas realizadas na região Sudeste?

R:



ATIVIDADE 5 — Quais as técnicas agrícolas utilizadas pelas civilizações pré-colombianas? Elas ainda são utilizadas até os dias atuais? Explique.

R:





SEMANA 2

EIXO TEMÁTICO:

As Transformações do Mundo Rural (campo).

TEMA/TÓPICO:

Trabalho no campo.

HABILIDADE(S):

Analisar o sistema de trabalho no campo em países centrais e periféricos.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Relações de trabalho no campo: assalariado, temporário, parceria, arrendamento.


FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS...

O TRABALHO NO CAMPO NO BRASIL

No Brasil, aproximadamente 17,8 milhões de pessoas estão envolvidas no trabalho rural, número que corresponde a 21,1% da população economicamente ativa do país, sendo predominante a mão de obra familiar em pequenas e médias propriedades agrícolas. Nas propriedades em que a agricultura familiar é extensiva, muitas vezes os membros da família buscam trabalho nas cidades ou em outras lavouras, onde trabalham temporariamente nas épocas de plantio e colheita, e retornam à sua terra apenas nos

períodos de maior atividade agrícola. São exemplos os sertanejos, que migram para o litoral e, durante a época das colheitas, retornam à propriedade familiar.

O trabalho no campo não se desenvolve de maneira homogênea, havendo diversas formas de relação, às quais são classificadas em:

Posseiros: São trabalhadores rurais que ocupam terras do governo com a finalidade de desenvolver a agropecuária.

Parceiros: São parcerias fixadas entre o dono de terras e um trabalhador rural. Dessa forma, um disponibiliza o espaço agrário e outro a força de trabalho. Ao fim do processo, toda a produção é dividida conforme acordo pré-estabelecido, para determinar o percentual que cabe a cada uma das partes.

Pequenos proprietários: São pequenos produtores rurais que atuam em sua terra, geralmente com mão de obra familiar. A produção gerada na propriedade é destinada ao abastecimento da própria família e o excedente é comercializado no mercado local.

Arrendatários: Agricultores que não possuem terras, mas que dispõem de equipamentos agrícolas. Desse modo, para produzir, alugam ou arrendam a terra de terceiros. O pagamento do aluguel é realizado em moeda corrente ou com parte da produção.

Assalariados permanentes: Trabalho com certa estabilidade. Isso quer dizer que o serviço não tem um prazo determinado para terminar, ou seja, é fixo.

Assalariados temporários: trabalhadores rurais que desempenham atividades por um período determinado. Essa relação de trabalho pode acontecer por dia, empreitadas, períodos de colheitas. Isso é comum no corte de cana; os bóias-frias trabalham por alguns meses do ano.

Não-remunerados: Corresponde ao trabalho realizado muitas vezes pelo grupo familiar (filhos, espoSas, etc.), sem que haja o pagamento de salários. Existe outra forma de “trabalho não-remunerado”: o trabalho escravo, uma prática criminosa e hedionda que infelizmente ainda ocorre em algumas fazendas do Brasil interior.

Estrutura fundiária: Corresponde à maneira como as terras estão distribuídas no território.

Latifúndio: São grandes propriedades rurais com, aproximadamente, 600 hectares (lembre-se: um hectare equivale a dez mil metros quadrados!).

Minifúndio: São pequenas propriedades rurais com aproximadamente 3 hectares.

Expropriação: É quando um pequeno proprietário rural se encontra endividado, sendo obrigado a vender sua propriedade para pagar dívidas. Em geral, os grandes fazendeiros próximos acabam por adquirir tais propriedades.

Trabalho escravo no campo: Trata-se do aliciamento de mão de obra com falsas promessas. Ao empregar-se na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, por não ter direitos trabalhistas e não receber salário, não consegue quitar a dívida, ficando aprisionado sob a vigilância de jagunços (capangas armados a serviço de fazendeiros). Em pleno século XXI, tal prática ainda ocorre, principalmente nos estados do Pará, Mato Grosso e Goiás.


Atividade extra: Faça o quadro abaixo no seu caderno e estude-o.


Observe o gráfico abaixo, ele mostra que a maior parte das terras do país está concentrada em grandes propriedades.

Pesquise o que foi a Lei de Terras, pesquise as consequências negativas e dê sua opinião sobre essa lei no seu caderno.


PARA SABER MAIS – Assista ao vídeo “A Formação do Espaço Agrário Brasileiro”, https://www.youtube.com/watch?v=6bL-eL1CqMw , com duração de 7 minutos. No vídeo você irá entender como a formação do espaço agrário brasileiro determinou as diferentes relações de trabalho.


ATIVIDADES SEMANA 2


ATIVIDADE 1 — As situações a seguir exemplificam modelos de exploração do espaço rural no Vale do Açu, no estado do Rio Grande do Norte.

Situação 1

Um proprietário de terras no Vale do Açu, junto com sua família, produz milho, feijão, arroz e hortaliças e cria um rebanho de bovinos e caprinos.

Situação 2

No Vale do Açu, em outra propriedade rural, uma empresa produz banana utilizando mão de obra assalariada.


a) Caracterize as relações de trabalho realizadas em cada uma das situações.

R:

Situação 1:


Situação 2:



b) Qual o tipo de agricultura praticado e qual o destino da colheita em cada uma das situações?

Situação 1:


Situação 2:


ATIVIDADE 2 — Leia a afirmativa a seguir:


“Há favelas gigantescas geradas pelas monoculturas que estão por aí”

Fala do líder camponês Manoel da Conceição, durante entrevista ao site Repórter Brasil,

4 jul. 2006 (adaptado).


a) Interprete a afirmação do líder camponês, considerando a extensão das propriedades agrícolas do país.

R:



b) Explique o que é latifúndio.

R:



Observe a charge e responda às questões 3 e 4.


Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-

ensino/a-questao-terra-no-brasil.htm Acesso: 22 jun de 2020.


ATIVIDADE 3 — O título dado ao cartum é uma ironia. Explique como

essa ironia se aplica a realidade rural brasileira.

R:




ATIVIDADE 4 — Considerando a perspectiva do cartunista sobre o

campo brasileiro, qual o principal aspecto evidenciado pela charge?

R:




ATIVIDADE 5 — Leia o trecho do poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto.


Esta cova em que estás,

com palmos medida,

é a conta menor

que tiraste em vida.

É de bom tamanho,

nem largo nem fundo,

é a parte que te cabe

deste latifúndio.


a) Com base no trecho do poema de João Cabral de Melo Neto, identifique dois aspectos relacionados à questão agrária no Brasil.

R:



VEM AÍ SEMANA 3

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